Cilto José Rosembach


11- 99393-9407
11- 98168-8323
cilto@uol.com.br

O Batismo de Jesus considerações historicas

30/05/2014 17:29


Batismo de Jesus

 

 

Com o batismo do Senhor, passamos do tempo do Natal ao tempo litúrgico comum. Tempo que vai nos revelar a missão de Jesus e o chamado feito a cada um de nós no dia do nosso batismo: sermos anunciadores da boa-nova do reino.

Enquanto João Batista prega a conversão dos pecados, Jesus vem e entra no rio Jordão, como todo o povo, para ser batizado. Mesmo sem precisar da remissão dos pecados, Jesus busca o batismo e se solidariza com o povo, une-se com quem deve ser salvo. Ao mesmo tempo, é revelado como o Filho amado do Pai celeste e recebe o Espírito que o investe da missão de profeta, sacerdote e rei.
Ao celebrar a festa de hoje, somos levados a refletir também sobre o nosso batismo. A exemplo de Jesus, ao sermos ungidos com o óleo batismal, desce sobre cada um o Espírito e somos proclamados filhos e filhas amados do Pai. Isso constitui grande alegria e nos leva a reconhecer no batismo, mais do que um peso sobre as costas, um dom, predileção de Deus, vocação à fé comprometida com o projeto de Jesus.
Recebendo o Espírito no batismo, fomos habilitados para a missão. Unidos a Jesus e a exemplo dele, tornamo-nos sacerdotes (servidores do culto), profetas (servidores da Palavra) e reis (servidores do povo de Deus).
Batizados em nome da Santíssima Trindade, entramos a fazer parte da comunidade, a grande Família de Deus. É aí que alimentamos nossa fé e fortalecemos nosso compromisso com Jesus e com os irmãos.
Nosso principal compromisso é seguir o caminho de Jesus, procurando viver uma vida nova, passando da solidariedade no pecado à solidariedade no amor e assumindo o projeto de uma vida livre da injustiça e da corrupção. Jesus passou a vida fazendo o bem; somos convidados a imitá-lo.
(Fonte: O Domingo)

Batismo

 

 

O Batismo para o Povo

 

Quando chegamos muito cedo à Igreja, esta amanhecendo e a porta esta fechada. Não podemos entrar. Somente mais tarde, quando chegar o porteiro com a chave, a porta pode ser aberta. Aí sim, podemos entrar. No amanhecer de nossa vida, estamos fora da Igreja de Cristo. O batismo é a chave que abre a porta para que possamos entrar e fazer parte como pessoas, com deveres e direitos.

 

O batismo, ao mesmo tempo que nos introduz na Igreja, nos incorpora ao Corpo místico de Cristo, nos toma seus membros, fazendo de nós templos do Espírito Santo...

 

Neste trabalho, não pretendemos trazer tudo o que se ensina a respeito do batismo. Traremos apenas o essencial, o suficiente. O batismo é um gesto amoroso de Jesus Cristo. O seu efeito é invisível aos olhos. Mas a fé nos diz que ele devolve a vida divina que osprimeiros pais haviam perdido. Também dá o perdão de todos os pecados atuais, se por acaso alguém os tiver, na hora do batismo. Desta maneira, nos toma filhos queridos de Deus, aptos para receber a herança que nos preparou e ao mesmo tempo nos toma irmãos uns dos outros.

 

No batismo, Jesus nos convoca para uma missão: continuar a obra dele, com os dons e os meios que deixou à nossa disposição. E necessário que cada um conheça sua dignidade e sua missão para poder empregar bem o seu tempo, dando sentido à vida.

 

 

 

 

Jesus fala do batismo

 

Quando Nicodemos, membro do Sinédrio, se encontrou com Jesus ã noite, disse: "Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus, pois ninguém, se Deus não estiver com ele, pode fazer os prodígios que tu fazes" (Jo 3,2). Jesus respondeu: "Em verdade te digo: Ninguém, se não nascer de novo, pode ver o reino de Deus" (Jo 3,3). Diante da perplexidade de Nicodemos, Jesus continuou: "Em verdade, te digo: Ninguém, se não nascer pela água e pelo Espirito Santo, pode entrar no reino de Deus. Aquilo que é gerado pela carne é carne, e aquilo que é gerado pelo Espírito é espirito. Não te ad-mires de eu te haver dito: E necessário que vós sejais gerados de novo" (Jo 3,5-7). Assim, Jesus ensinava que as condições necessárias para o reino de Deus é a vida nova que se recebe por intermédio do batismo.

 

 

 

As purificações

 

Jesus anuncia a Nicodemos a necessidade do batismo para ter uma nova vida.

 

A palavra batismo é de origem grega e significa: imergir, afundar, afogar. Mas tem o sentido também de: purificar, destruir, lavar.

 

ser humano tem uma tendência natural de purificar seu corpo com banhos e de purificar sua consciência dos pecados que julga ter cometido. Para conseguir isso, muitas vezes usa a água como rito de purificação. Muitos povos antigos como os egípcios (no Nilo), babilônicos (no Eufrates), hindus (no Ganges), essênios (em Qumrã), e muitos outros povos, ainda hoje, usam banhos e abluções como ritos de purificação interior.

 

No Antigo Testamento havia a convicção de que a impureza se transmitia pelo contato. Por isso, se usava a água para a purificação. Mas as abluções tinham um significado mais profundo: buscar a santidade das pessoas. Deus queria que os membros de seu povo fossem santos: "Vocês foram santificados e se tornaram santos, porque eu sou santo. Portanto, não se tornem impuros" (Lc 11,44). Deus não queria que esses banhos fossem apenas formalidades externas. Mas que fossem acompanhados de uma vida de justiça. E, quando isso não acontecia, por meio dos profetas, como Isaias, admoestava: "As vossas mãos estão cheias de sangue: lavai-vos, purificai-vos! Tirai de minha vista vossas más ações! Cessai de praticar o mal, aprendei a fazer o bem! Fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva" (Is 1,15-17).

 

Batismo dos prosélitos

 

O nome prosélito vem do grego e significa "aquele que se aproxima, que se agrega" a uma comunidade.

 

Todos os descendentes de Abraão eram membros do povo de Deus. Mas, se algum estrangeiro quisesse fazer parte deste povo, era aceito. Para tanto, devia ser circuncidado, uma vez que a circuncisão era o sinal da participação na Aliança (Gn 17,11) e da integração ao povo de Deus. Também recebia o batismo para se purificar. O batismo era um banho, feito diante de pelo menos duas testemunhas judaicas (rabinos). Depois disso, era considerado membro do povo de Deus.

 

Também entre os essênios se usavam os banhos para a purificação. Em Oumrã, perto do mar Morto, as escavações trouxeram ã luz uma grande construção, com piscinas para banhos. Nos textos, descobertos (1947-48) nas grutas, neste local, se percebe que a purificação se reveste de grande importância. Para os essênios, a purificação devia ser uma conseqüência da conversão do coração. O manual de disciplina deles diz: "O ímpio não será purificado pelas águas de expiação, nem será jamais purificado com águas lustrais; não se santificará entrando nos banhos e nos rios, e não se purificará, absolutamente, em água. É impuro e assim permanecerá, enquanto continuar a menosprezar os mandamentos de Deus, sem corrigir-se na comunidade de sua eleição".

 

Para o povo de Deus, mediante os ritos de purificação, é Deus mesmo quem purifica.

 

 

 

 

Batismo de João Batista

 

Antes de João Batista havia o autobatismo. Era um banho que se repetia de acordo com a necessidade. Com a chegada do Batista há uma mudança radical. Agora, ele batiza os outros e seu batismo não é renovado, já que sua mensagem tem caráter messiânico. Ele insiste na mudança de vida, pois "João percorria toda a região do rio Jordão, pregando um batismo de conversão para o per-dão dos pecados" (Lc 3,3). 0 batismo de João é provisório, mas anuncia o definitivo.

 

Todo o povo dos arredores do Jordão e de Jerusalém vai a João para ser batizado. Também Jesus que acaba de chegar de Nazaré da Galiléia. João aponta para ele, dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o peca-do do mundo" (Jo 1,29). Jesus, no entanto, entra na fila para ser batizado. João recusa. Mas depois concorda.

 

Ao ser batizado, Jesus quis pôr em evidência a solidariedade para com os homens. Também assumir a missão para a qual o Pai o havia enviado. As palavras do Pai: "Tu és o meu Filho amado, em ti encontro o meu agrado" (Mc 1,11), constitui a consagração pública de sua missão. O reconhecimento de seu Filho Eterno no homem Jesus, o verdadeiro Messias. Jesus recebe também o Espírito Santo em plenitude.

 

Jesus não necessitava receber o batismo de conversão que João Batista administrava, no entanto, entrando no rio Jordão, deu a força santificadora para toda a água que se utilizaria no sacramento do batismo.

 

O batismo de João era diferente daquele que Jesus instituiria. Aos enviados dasautoridades de Jerusalém responde: "Eu batizo vocês com água. Mas chegará alguém mais forte do que eu. Eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo" (Lc 3,16).

 

Batismo de Jesus

 

Antes de subir ao céu, Jesus dissera a seus discípulos: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem não crer, será condenado" (Mc 16,15-16).

 

No dia de Pentecostes, São Pedro diz: "Esse Jesus, Deus o ressuscitou, e disso nós todos somos testemunhas" (At 2,32). "A ele justamente Deus constituiu Senhor e Messias, esse Jesus que vós crucificastes" (At 2,36). "Quando ouviram isso, todos ficaram de coração aflito e perguntaram a Pedro e aos outros discípulos: Irmãos, o que devemos fazer? Pedro respondeu: Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos pecados; depois receberão do Pai o dom do Espirito Santo" (At 2,37-38).

 

Ser batizado significava incorporar-se à comunidade dos discípulos de Cristo. Para isso, se necessitava que houvesse:

 

1°- A pregação da boa nova.

 

2°- A fé dos ouvintes, suscitada pela pregação.

 

3°- A recepção do batismo.

 

Dizia-se batizar em "nome de Jesus" para diferenciar de outros batismos existentes, com os quais não devia ser confundido.

 

 

Pertencemos a Cristo

 

O batismo devolve a vida divina que os primeiros pais haviam perdido, nos toma "homens novos" (Ef 4,24). Também perdoa qualquer outro pecado que alguém haja cometido.

 

O Pai, com o batismo, por obra do Espirito Santo, nos une a Cristo para podermos ter condições de ingressar na comunidade Divina. São Paulo diz: "Estejam certos de que receberão do Senhor a herança como recompensa. O Senhor a quem vocês servem é Cristo" (Cl 3,24).

 

Pelo batismo o Pai nos entrega a Jesus: e Jesus torna-se nosso Senhor. Por isso, na última ceia, ele reza: "Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que estejam comigo onde eu estiver, para que contemplem a minha glória que me deste, pois me amaste antes da criação do mundo" (Jo 17,24).

 

Como taças, de diversos tamanhos, em que cada uma aparece plenamente "satisfeita", quando cheia, cada um de nós gozará a plena felicidade de Deus. A taça da felicidade terá o tamanho do amor que cada um vivenciou nesta vida.

 

 

 

Caráter (marca batismal)

 

O batismo deixa em nós uma marca indelével (o selo). Uma marca que não se apaga mais. Por isso, ele é recebido apenas uma vez.

 

Em 1963, numa paróquia de Caxias do Sul, certo domingo, vieram os pais para batizar o filho de quase dois anos de idade. No dia seguinte, uma senhora comunicou que aquela criança já fora batizada e ela havia sido a madrinha. Quando se perguntou o motivo do novo batismo, respondeu: os pais brigaram comigo e quiseram arranjar outra comadre. Para esta criança apenas o primeiro batismo foi válido. O segundo não teve efeito nenhum. O mesmo se pode dizer daqueles que, deixando a Igreja católica, vão se fazer batizar em alguma comunidade não católica.

 

Quando a gente nasce, nasceu para sempre. Com o batismo, recebemos a vida divina. Por isso, novos batismos não mais têm efeito sobre o batizado.

 

A marca que o batismo deixa em nós diz que somos propriedade do Pai, do Filho e do Espirito Santo e somos destinados a cumprir uma missão em prol dos semelhantes.

 

Quando percorria a campanha, numa paróquia da serra gaúcha, muitas vezes, encontrava numeroso gado que, saindo das invemadas, andava pela estrada. Pertencia a diversos proprietários. Perguntei a um jovem: "Como é possível descobrir o proprietário entre tanto gado?". "E. fácil", respondeu. "Cada animal traz na paleta as iniciais do nome do dono, feito com ferro em brasa. É uma marca que não se apaga mais. Por ela se sabe a quem pertence". Pelo batismo recebemos uma marca indelével pela qual somos identificados como filhos de Deus, propriedade da Trindade. É uma marca que imprime em nós certas características que nos torna semelhantes a Cristo. Quando Deus Pai olha para um batizado, vê nele a imagem de Jesus Cristo e o ama com o mesmo amor que ama a ele.

 

Juliano, o apóstata, foi imperador por pouco tempo. Era cristão, havia sido batizado. Depois apostatou. Queria tirar de si a marca do batismo. Para isso, tomava banho em sangue de animais. No entanto, apesar desta sua ação, jamais poderia arrancar de sua alma os efeitos do batismo. A imagem da Trindade, impressa nele, era indelével, mesmo sendo deformada com sua apostasia.

 

Tanto no céu como no inferno o batizado leva consigo a marca de filho de Deus. No céu, para sua glória. No inferno, para sua desonra e desgraça.

 

 

Templos do Espírito Santo

 

O batismo nos transforma em templos do Espirito Santo, em morada da Santissima Trindade. Por isso, Leonidas, que viveu nos primeiros séculos, depois do batismo do filhinho Origens, diariamente, antes de dormir, beijava-lhe o peito e adorava o Deus presente nele. De quem aprendeu para acreditar nesta verdade? De São Paulo, que diz: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Ora, se alguém maltrata o templo de Deus, Deus maltratá-lo-á, porque é o templo de Deus, e tal templo sois vós"" (1Cor 3,16-17).

 

Três tipos de batismo

 

De acordo com os santos Padres e a doutrina da Igreja, existem três tipos de batismo que podem levar a salvação:

 

1°- Batismo de desejo: Neste, Deus olha o desejo e o amor da pessoa. Jesus disse: "Quem me ama será amado por meu Pai, e eu amá-lo-ei e manifestar-me-ei a ele" (Jo 14,21).

 

Na Idade média, os teólogos acreditavam que os povos do Novo Mundo estavam na mesma situação dos povos que viviam antes da encarnação de Jesus Cristo. A fé em um Deus que governa o mundo devia ser interpretada como batismo de desejo. Aliás, Pio XII, numa carta ao cardeal Cushing, em 1949, dizia: "Em certas circunstâncias, que estão especificadas, basta, para salvar-se, um desejo implícito do batismo, com ele, um desejo implícito da Igreja, uma vez que este desejo é inspirado pela fé sobrenatural e, sobretudo, pelo amor a Deus".

 

O Vaticano II afirma: "Aqueles, portanto, que, sem culpa, ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir, por obras, a sua vontade, conhecida através do ditame da consciência, podem conseguir a salvação eterna" (LG 16).

 

2°- Batismo de sangue: Trata-se daquele que derrama seu sangue por Jesus Cristo, antes de ser batizado. No tempo das perseguições romanas, pessoas que estavam se preparando para receber o batismo (catecúmenos) eram mortas por defender sua opção por Cristo. Ninguém negava que se salvariam. Baseavam esta verdade nas pa-lavras de Jesus: "Quem quiser salvar sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la" (Mc 8,35). Alias, a Igreja celebra anualmente a festa dos Santos inocentes. São as crianças que Herodes mandou matar. Não receberam o batismo de água porque ainda não havia sido instituído. No entanto, são veneradas como santas, pela Igreja, em sua liturgia.

 

3°- Batismo de agua: É o sacramento que nos toma filhos de Deus. São Jerônimo, falando deste batismo, diz: "Jesus, quando entra nas águas do rio Jordão ,emerge a humanidade inteira". Nesta hora, toda a água recebe a força de purificar as almas. O Pai atesta que o homem Jesus é o seu Filho amado, e o Espírito Santo unge Jesus para a missão para a qual o Pai o enviara. Mas o verdadeiro batismo de Jesus é a Páscoa: imersão na morte e ressurreição dos mortos. Pois Jesus havia perguntado aos discípulos: "Por acaso, vocês podem beber o cálice que eu vou beber? Podem ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?" (Mc 10,38). Jesus falava da doação da vida que, a exemplo dele, os após-tolos deviam dar.

 

São Paulo diz: "Vocês não sabem que todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Pelo batismo fomos sepultados com ele na mor-te, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos por meio da glória do Pai, assim também nós possamos caminhar numa vida nova" (Am 6,3-4).

 

A Igreja tem seu início com o anúncio da morte e ressurreição de Jesus Cristo e como batismo (At 2,14ss). A primeira leva de cristãos foi toda de adultos. No dia de Pentecostes foram batizados três mil. Em seguida, mais dois mil. Depois, o número foi aumentando.

 

 

 

O batismo na história

 

Do século II ao VI

 

Nos primeiros séculos, devido aos perigos das heresias e apostasias provocadas pelas perseguições, se começou a fazer maiores exigências com os que desejas-sem tornar-se cristãos. Somente se admitia um candidato mediante a apresentação de um padrinho. Este, depois, o acompanhava durante os anos de preparação (três ou quatro anos), observando seu comportamento. Os candidatos, aos domingos, participavam da celebração da palavra. Depois, se retiravam, enquanto os cristãos continuavam a celebração eucarística.

 

No período de preparação à Páscoa, o catecúmeno participava mais intensamente da preparação. Ao aproximar-se da festa, o padrinho apresentava o catecúmeno ao bispo, que o recebia em nome do Senhor. Em seguida, o instruía sobre a Sagrada Escritura e as verdades do Creio.

 

Na noite que precedia a Páscoa, rezavam o Creio e o pai-nosso, recebiam a unção pré-batismal e depois eram batizados. Em Nazaré, ainda se encontram as ruínas de uma piscina deste tempo. Pode-se ver que o catecúmeno descia três degraus que o levava ao fundo. Ficava com água até o peito. Neste momento o celebrante o batizava, apoiando a mão na cabeça do catecúmeno e fazendo-o imergir por três vezes, dizendo: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Em seguida, o recém-batizado subia pelo outro lado da piscina. Assim podia se entender melhor que o batismo era uma imersão na morte de Jesus (morte ao pecado) e uma ressurreição (subia um homem novo, sem pecado). Ou, podia ser uma passagem semelhante àquela dos hebreus, através do mar Vermelho, quando saíram do Egito. O batismo se apresentava como um novo êxodo, rumo à liberdade. Uma passagem da morte para a vida. Do pecado para a graça.

 

O batismo não é uma chegada. É uma partida que nos leva pelo caminho da verdadeira liberdade. São Pau-lo nos diz: "Irmãos, vocês foram chamados para ser livres" (GI 5,13), pois "Cristo nos libertou para que seja-mos verdadeiramente livres. Portanto, fiquem firmes e não se submetam de novo ao jugo da escravidão" (GI 5,1). Quanto ao batismo, "não se trata de limpeza da sujeira corporal, mas de compromisso solene de uma boa consciência diante de Deus, mediante a ressurreição de Jesus Cristo" (1Pd 3,21). Na verdade, nossa vida se desenvolve entre dois batismos: aquele da água e aquele da nossa morte. Entre os dois existe o tempo do deserto, através do qual, a exemplo do povo de Deus, caminhamos para a terra prometida. Neste tempo, Deus nos acompanha com sua palavra, nos alimenta com a eucaristia, nos guia pelo Espírito Santo e nos pede que caminhemos de mãos da-das com nossos semelhantes.

 

Do século VI ao XII

 

Nestes séculos, se reduz o tempo de preparação ao batismo (catecumenato). Toma-se normal o batismo de crianças. Por isso, o papel do padrinho muda. Agora, é aquele que representa e fala em nome daquele que será batizado.

 

Do século XII ao Vaticano II

 

A alta mortalidade infantil da Idade média faz com que se batize a criança quanto antes. E por comodidade, aos poucos, se abandona o batismo por imersão e se passa a batizar por infusão (se derrama água sobre a cabeça). No século XIV, praticamente, não existe mais batismo por imersão.

 

No início do século X, o batismo começa a ser administrado também fora da Páscoa.

 

E no século XII, em geral, existe somente batismo de crianças. Então, o catecumenato desaparece. Este costume chega até o Vaticano II. Depois do Concílio surgem cursos para pais e padrinhos, preparando o batismo.

 

Sacerdócio dos fiéis

 

Pelo batismo, o cristão toma-se membro do Corpo de Cristo, participante do seu sacerdócio. Pode, por isso, oferecer ao Pai a vitima Divina presente na Eucaristia. Também pode oferecer a Deus a criação e a atividade humana, transformando tudo num hino de louvor ao Criador.

 

São Pedro diz: "Vocês são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para pro-clamar as obras maravilhosas daqueles que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa. Vocês que antes não eram povo, agora são povo de Deus" (1 Pd 2, 9-10).

 

 

 

Batismo de crianças

 

O batismo de crianças existiu desde o início da Igreja. Pelo ano 200 se batizavam as crianças das famílias cristãs, sem contestação de praticamente ninguém.

 

Muitas vezes se ouve dizer que se deveria esperar para batizar quando o indivíduo pudesse escolher por si mesmo.

 

Mas, por que a Igreja não espera para batizar? Porque Deus também não espera para nos amar quando podemos entender o seu amor. Tornar-nos seus filhos é a maior prova de amor que Deus poderia ter para conosco. Nenhuma criança escolheu os pais, a Pátria, a família, mas ela existe. Então, é necessário dar-lhe aquilo que é melhor para ela, embora ainda não seja capaz de escolher. Ora, a vida divina, dada por meio do batismo, é a maior graça que alguém pode receber. Por isso, ela não pode ser privada. E quando crescer deverá ser ajudada a assumir o compromisso com Cristo.

 

Não se pode esperar que a criança cresça para que possa escolher o nome que deseja, a língua que quer fa-lar, a família com quem deseja viver. Sabe-se que estas coisas são um bem para ela, por isso, lhes são dadas antes que entenda. Também a vida divina é um bem. Por isso, lhe é dada na flor da idade, antes que entenda. Uma criança nasce numa família da qual recebe o nome, a raça, a língua, os hábitos. E, quando os pais vivem a experiência da fé, desejam que os filhos façam o mesmo. Depois, quando chegam ao uso da razão, poderão decidir e assumir livremente por si.

 

Quando há uma garantia de que a criança será educada na fé cristã, deve-se batizar. Se não houver esta garantia, é necessário adiar o batismo. Em perigo de morte deve ser batizada, mesmo contra a vontade dos pais.

 

As crianças não têm condição de fazer o ato de fé. Mas, conforme Santo Agostinho, elas são batizadas na fé da Igreja. A Igreja o faz por elas.

 

Nas observações preliminares do rito de batismo — Conferência Nacional dos Bispos do Brasil —, promulgado pela CNBB, consta que "a Igreja desde os primeiros séculos batizava não só adultos, mas também as crianças. A Igreja sempre entendeu que não se devia privar do batismo as crianças, uma vez que são batizadas na fé da mesma Igreja, que é proclamada pelos pais, padrinhos e todos os presentes. Neles está representada a Igreja local e toda a assembléia dos santos e dos fiéis: a mãe Igreja que gera todos e cada um".

 

E as crianças que morrem sem batismo, se salvam? Os teólogos dizem que Deus olha a fé e o desejo dos pais. Também da Igreja. Ele não condenaria crianças inocentes.

 

Escolha dos padrinhos

 

O padrinho não existe como se fosse um enfeite de presépio. Ele é escolhido para uma missão: ajudar os pais na educação cristã do filho. Por isso, todo o padrinho deve ser escolhido em função do batizando, e não porque é amigo de pescaria do pai. Ou porque é rico e pode dar um gordo presente ao afilhado. A missão principal dos padrinhos é ajudar o afilhado a ser um coerente discípulo de Cristo. E o fará por meio da palavra e, principalmente, do testemunho.

 

O padrinho deve ser uma pessoa batizada, crismada, católica, para que possa exercer sua missão, se não vive a vida cristã, não participa da comunidade, é amasiado, infiel, blasfemador, injusto, como pode exercer sua missão? Se é de outra religião, merece todo o respeito, mas como poderá dar ao batizado aquilo que não tem? Um peixe jamais poderá ensinar um pássaro a voar. A Igreja aceita alguém de outra religião, não como padrinho, mas como testemunha, junto com um padrinho católico. Por quê? Porque deseja que os padrinhos sejam coerentes. Não o seriam se não tivessem condições de ajudar o batizando com palavras e exemplos a ser autêntico cristão.

 

Quanto ao número de padrinhos: pode ser um padrinho, ou uma madrinha. Ou um padrinho e uma madrinha. Não devem ser meia dúzia porque depois ninguém assume. Também para que se possa dar à criança uma orientação uniforme. Se são muitos, cada um tem seu modo de ser que, em vez de ajudar, atrapalha a formação cristã da criança.

 

Os pais terão escolhido bons padrinhos se puderem dizer: "Filho, siga o exemplo de seu padrinho, de sua madrinha, que será um bom cristão". Se não puderem dizer isso, não fizeram boa escolha.

 

Dia do batismo

 

As mães devem alimentar bem as crianças antes de sair de casa. Preocupem-se com o batismo, e não com o fotógrafo ou se a criança chora ou não enquanto é batizada. Convidem toda a familia a participar. Expliquem aos filhos que podem entender que não se batiza para afastar mau olhado, para fazer a criança dormir, para ela ficar boa, para ela ter sorte, ou para não ficar feio diante da comunidade. Mas se batiza para tomar a criança filha de Deus.

 

 

Cerimônias do batismo

 

a) Unção com óleo dos catecúmenos: Antigamente, quando os gladiadores lutavam na arena, ungiam-se com óleo para mais facilmente poderem livrar-se do adversário.

 

Ungir o batizando no peito simboliza a luta que o batizado deve enfrentar para livrar-se dos vícios, do pecado, que estão sempre prontos para escravizá-lo.

 

b) Renúncia ao mal: Já nos primeiros séculos, antes do batismo, o catecúmeno rezava o Creio que continha as verdades da fé. Também o pai-nosso, a oração dos filhos de Deus. Renunciava ao demônio, isto é, a tudo o que pudesse desviá-lo de seguir Jesus Cristo, como a desunião, o pecado. Atualmente, continuam a existir estas promessas que são feitas pelos pais e padrinhos de um modo personalizado, não coletivo. Por isso, respondem no singular: "renuncio", depois de cada pergunta do celebrante. Com isto, renovam as promessas de seu batismo para que tenham condições de orientar o novo batizado. E, ao renovar a fé, respondem: "Creio".

 

c) O batismo pode ser feito:

 

1° Mergulhando a criança parcialmente ou totalmente na água.

 

2° Derramando água sobre a cabeça e deixando-a escorrer sobre todo o corpo.

 

3° Derramando água somente sobre a cabeça. Convém que a água seja abundante.

 

Para a validade do batismo, a água não necessita ser benta. Qualquer água serve para batizar.

 

Basta que o celebrante tenha a intenção de batizar como faz a Igreja e enquanto derrama a água sobre o batizando, diga: NN (diz o nome), EU TE BATIZO EM NOME DO PAI, E DO FILHO, E DO ESPÍRITO SANTO.

 

d) Unção depois do batismo: O batizado pode ser ungido com óleo do crisma. Significa a nova missão que ele assume como filho de Deus. Enquanto não tiver o uso da razão, esta missão exercem-na os pais e padrinhos. Depois, nas pegadas deles, ele continuará a exercê-la durante toda a vida.

 

e) Veste nova: Em geral, a criança vai à Igreja com veste nova. Significa a vida nova que recebe no batismo. Torna-se uma nova criatura, à semelhança de Cristo.

 

f) Vela acesa Uma vela nova, quando acesa, se ninguém a apagar, fica iluminando até se consumir toda. E o exemplo do cristão que, a partir do batismo, deve iluminar com seu testemunho, até o fim da vida.

 

g) Sal: (optativo) no novo rito do batismo. Sugere que a mãe seja convidada a colocar um pouco de sal na boca da criança. Recorda que o batizado deve ser sal, ajudado, principalmente, pela família.

 

h) "Effeta"—(abre-te) (optativo): O celebrante toca os ouvidos e a boca da criança significando que deve es-tar de ouvidos abertos para ouvir a Palavra de Deus e estar sempre pronta a professar a fé, louvando a Deus.

 

No fim da cerimônia, se reza o pai-nosso juntos por-que os batizados tornaram-se filhos do mesmo Pai, Deus. Em seguida, o celebrante pede a bênção sobre os pais e todos os presentes. Depois, os batizados são consagra-dos a Nossa Senhora. Pede-se a ela que cuide deles como cuidou de Jesus, seu Filho.

 

Qualquer pessoa pode batizar, ainda que não seja católica ou batizada. Basta que tenha a intenção de batizar de acordo com a praxe da Igreja.

 

Em caso de necessidade (perigo de morte), qualquer pessoa tem a obrigação de batizar. Por isso, é necessário que todos aprendam a batizar corretamente. Fora disso, o batismo deve ser administrado na Igreja da comunidade onde residem os pais, pois é nesta que o batizado vai se incorporar. Para batizar fora da comunidade paroquial se necessita da autorização escrita do pároco.

 

E importante que pais e padrinhos se preparem para o batismo, participando do curso que se faz na comunidade. Não é perder tempo. O curso ajuda a recordar certas verdades que serão úteis para ajudar o novo batizado.

 

O nome do filho seja escolhido pelos pais (familiares). Seja nome que mais tarde não envergonhe a criança diante dos colegas.

 

Fácil de ser pronunciado para que não seja trocado por apelido.

 

O nome mais belo que alguém possa ouvir é o nome de batismo. Então, não vamos trocá-lo por ou

É Água Viva - Padre Zezinho

Fonte de Água Viva

 

 

Água cristalina

Que jorra do peito aberto

De Jesus lá na cruz.

É uma água viva

Que cura e que liberta

Cuja fonte é o próprio Jesus.

Chue, chue!

Chua, chua!

Nesta água eu vou me banhar.

Batismo I

 


As famílias são a base de nossa sociedade e de nossa nação. Todavia, infelizmente, emnosso século XXI, muitas estão mergulhadas num sono de indiferença e de interesses pessoais, que conduz os seus membros a um assustador e impressionante “caos familiar” . De modo lamentável e sem uma causa real, está acontecendo à separação de muitos casais, o aumento da liberdade sexual dos homens e o consequente recrudescimento da emancipação sexual precoce da mulher, inclusive, com o absurdo crescimento de uma anormalidade totalmente irracional: das mulheres procurarem ser mães mesmo não estando casadas!

Esta realidade levou muitos pesquisadores a buscarem caminhos para explicar aquelas ocorrência, atribuindo-as principalmente, a secularização dos costumes, com o gradual e continuo afastamento de Deus e das coisas sagradas, numa verdadeira dessacralização dos costumes. Também não pode ser esquecida, a irrestrita permissividade, atitudes de emacipação assumidas por jovens e adultos, em busca de uma liberdade que escraviza, que fere e distorce os conceitos da moral, da harmonia e da fidelidade. Junto com estes, muitos outros acontecimentos têm contribuído para o “caos familiar”, clamando por uma providência eficaz e imediata de cada pai e de cada mãe de família, que amam os seus filhos e quer a plena e total felicidade de cada um deles. Isto porque, a continuidade e o crescimento destes fatos, poderão conduzir a uma incontrolável “violência”, que resultará na companhia de uma abominável “impiedade”, aprofundando de modo terrível e perigoso a decaída moral, que envolta pelo ódio e pela irracionalidade fatalmente conduzirá as famílias ao abismo mais profundo da infelicidade! Por isso mesmo, torna-se imperioso, muito mais importante e merecedor dos melhores cuidados, a educação e o exemplo que os Pais devem dar aos seus filhos.

A responsabilidade dos Pais e Padrinhos deve ser assumida com consciência e decisão, a fim de que as crianças recebam em plenitude, os benefícios de uma harmoniosa e digna vivencia familiar. É assim que devem procurar viver como autênticos cristãos, no trabalho, no lar e no lazer. O “bom exemplo” que demonstrarem, será o melhor ensinamento para as crianças e sem dúvida, será uma contribuição concreta para a boa formação do caráter dos filhos e afilhados. Uma palavra de conselho ou repreensão, tem a sua validade nos momentos oportunos e adequados. Todavia, o “bom exemplo” dos Pais e também dos Padrinhos, são muito mais importantes e atuam decisivamente na vida do adolescente.

Isto significa dizer, que se os Pais e Padrinhos desejam que os seus filhos e afilhados sejam obedientes, dedicados ao trabalho, pessoas normais e tementes a Deus, comecem a educá-los desde criança, não se esquecendo todavia, de iniciar primeiro com a educação deles, ou seja, com a educação que eles precisam ter a fim de podê-la transmitir de modo eficiente e real aos seus filhos.

Vamos citar alguns exemplos para que o assunto fique bem claro:

1 – A mãe que trata os filhos na base do grito e da tapa, sem qualquer diálogo, não precisa esperar outro resultado. À medida que as crianças crescerem instintivamente vão dar o “troco”. A experiência comprova que aquelas crianças darão origem a pessoas cada vez mais violentas e agressivas.

2 – O pai que diante da televisão fica "elogiando" as mulheres que aparecem na tela, além de faltar com o respeito e consideração à própria esposa, enfraquece os laços da autoridade paterna e estimula o desejo da sexualidade nos seus filhos. Estas mesmas considerações são endereçadas as mães que têm igual procedimento diante da televisão, elogiando os homens que aparecem na tela.

3 – Pai ou Padrinho que gosta de ostentar o título de “conquistador”, inclusive que gosta de olhar para todas as mulheres na rua ou na praia, com certeza vai colocar uma terrível “minhoca” na cabeça de seus filhos, desenhando em seu subconsciente um conceito errado sobre a verdadeira vida em família. Estas mesmas considerações são endereçadas também as mães que têm igual procedimento em casa, na rua, ou na sociedade que frequentam.

4 – Mãe ou Madrinha que usam vestidos “muito decotados” , e também “muito curtos” ou “muito apertados” para realçar as suas formas, distorce completamente o sentido da boa moral familiar, deixando confusa a cabeça de um jovem em formação, ocasionando as reações mais diversas, como por exemplo: nervosismo, rancor, gestos bruscos, que são manifestações que atestam o repúdio do jóvem a aquele comportamento. Há homens que apreciam esta vaidade das mulheres e até aplaude! Mas com certeza, a maioria não desejaria que esta realidade acontecesse com as suas esposas e com as suas filhas.

5 – Por isso mesmo, cuidado com as Novelas da Televisão! Cuidado com os seus abomináveis exemplos. Muitas delas induzem ao crime, ao vício da bebida ou da droga e primordialmente, convida ao exercício do sexo prematuro, ao adultério, a traição conjugal, a briga entre os casais, assim como a separação e a busca de uma situação financeira confortável "a qualquer preço". Os Pais devem estar atentos e devem dar aos filhos uma explicação lógica e correta, sobre algum comportamento desajustado que for evidenciado na TV.

É extremamente edificante os Pais, nas oportunidades certas, procurar orientar os seus filhos pelo caminho do “bem”, dando o bom exemplo, estando sempre abertos ao diálogo, evitando “as mentiras”, sendo autênticos nos conselhos e orientações, ensinando o procedimento correto na convivência do lar e no ambiente social em que habitam, sobretudo, ensinando-os a rezar, a conhecer e amar a Deus. A presença do Senhor é primordialmente necessária no cotidiano da família. Por isso, ela deve ser cultivada com insistência e sinceridade.

Assim sendo, os Pais devem dispor de um tempo, pequeno que seja, para ensinar os filhos a rezar e lhes instruir com algum conhecimento de religião. Por isso, na faixa de idade recomendada, devem colocá-los no Catecismo Paroquial, a fim deles poderem conhecer os fundamentos da religião, os quais são importantes e necessários a vida de todos nós.

È necessário também, que as crianças acompanhem os seus pais nos passeios, nas compras, no lazer, na Igreja, a fim de que possam adquirir o hábito de valorizar ainda mais a companhia dos pais e assim, possam sentir prazer em copiar o bom exemplo, os ensinamentos e todas as suas orientações paternas.

Ao transmitir a educação aos seus filhos, os Pais deverão também ter o cuidado de lhes ensinar o comportamento correto dentro da Igreja, mesmo antes das celebrações, não permitindo que as crianças fiquem correndo de um lado para o outro, subindo no altar ou permanecendo brincando nos degraus de acesso, transformando a Igreja num Parque Infantil. Isto porque, este procedimento incomoda e interfere na liturgia, também aborrece os idosos e as pessoas que querem permanecer interiorizadas em suas orações. Para que as crianças não tenham esse hábito, é necessário os Pais ensiná-las e dialogar com elas, explicando-lhes e as educando com o devido respeito pelas coisas sagradas.

Lidar com as crianças exige calma, observação e pedagogia, sobretudo, muito amor. Porque na base do castigo e da repreensão, ninguém conseguirá educá-las.

Isto significa dizer, que ao longo da existência, os pais não devem somente ficar preocupados com o trabalho, com o que precisarão produzir para ganhar mais dinheiro. Sem dúvida, isto é muito importante e necessário, mas os filhos não podem e não devem ser esquecidos. Esta é uma condição essencial para que a família alcance a almejada felicidade vivencial.

Também, os pais deverão ser curiosos em saber e conhecer, quem são as companhias de seus filhos nos estudos, nos passeios e nas brincadeiras. Não poderão ficar indiferentes ao desempenho escolar das crianças. Terão que exigir sempre mais e aplaudi-las quando elas alcançarem sucesso nos estudos.

Devem também ser cuidadosos na escolha do Nome da criança.

O Nome deve ser escolhido com critério e responsabilidade, não se esquecendo de que amanhã aquela criança será um homem ou uma mulher, e eles não deverão envergonhar-se de seu próprio Nome. Isto porque, um Nome “feio” ou “estranho”, poderá lhes causar problemas discriminatórios, inclusive poderá atuar no próprio íntimo de cada um causando certa inibição, ou certo constrangimento, por causa do “nome esquisito” que foi colocado pelos Pais. Por isso, os Pais devem pensar e decidir juntos, qual o melhor nome para colocar nos filhos, porque também, este cuidado evitará que eles sejam humilhados pelos companheiros e em consequência venham até adquirir um “trauma”, que muito poderá interferir no êxito de sua vida.

Também os Padrinhos, que foram escolhidos com tanto amor, devem procurar dar o bom exemplo e quando necessário, devem dar bons conselhos ao afilhado.

Por isso mesmo, os pais não devem escolher os padrinhos visando vantagens materiais, posição social ou visando ganhar bons presentes. O Catecismo Católico determina que os padrinhos sejam casados na Igreja e no Civil, que frequentem a Santa Missa e sejam bons cristãos. Porque na verdade, só assim eles poderão colaborar efetivamente na educação e na formação do bom caráter do afilhado.

As Normas e Diretrizes Diocesanas aceitam também Padrinhos Solteiros, que tenham a idade mínima de 16 anos. Todavia eles terão que ser bons cristãos, para darem o seu bom exemplo aos afilhados.

Fonte: https://apostoladosagradoscoracoes.angelfire.com/respater.

Batismo II

 


Sacramento do Batismo foi instituído por Jesus com o objetivo de santificar a vida da humanidade, conforme podemos ler no Novo Testamento, no Evangelho escrito por São Mateus, que reproduz as palavras do Senhor:

“Toda autoridade sobre o Céu e sobre a Terra me foi entregue. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que Eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos!” (Mt 28, 18-20)

Normalmente o Batizado é realizado na Igreja. E quem Batiza são os Sacerdotes, Diáconos e Ministros credenciados.

Quanto à maneira de Batizar, Jesus mandou que Batismo fosse feito do mesmo modo que João Batista fazia, quando realizava um “Batismo de Penitência” no Rio Jordão, preparando o povo para que recebessem dignamente o Messias. Da mesma maneira que no Batismo de Penitência, no Sacramento do Batismo tem “Matéria” e “Forma”.

A “Matéria” é a Água utilizada na Cerimônia, que pode estar num rio, numa fonte, numa piscina, numa banheira ou dentro de uma jarra. Jesus escolheu a Água, porque ela é o símbolo da vida, ninguém vive sem ela.

A “Forma” são as palavras ditas no momento da celebração.

O rito central do Batismo vem da palavra grega “Baptizein”, que traduzida para o português significa “imersão”. Antigamente a maneira de Batizar era por “imersão” realizada num rio ou numa piscina. Com o passar dos anos, pelo desconforto que ocasionava, a Igreja instituiu a “Infusão” com Água, ou seja, o derramamento de Água na cabeça do batizando, pronunciando a “Forma”: “Eu te Batizo em nome do Pai, (derrama uma porção de água na cabeça do batizando) do Filho (derrama uma segunda porção de água) e do Espírito Santo" (derrama outra porção de água).

Mas porque Batizamos nossos filhos? Qual a finalidade do Batismo? Será que é para nossos filhos não serem “azarados” ou para não “pegarem mal olhado”? Ou porque é bonito! Ou porque todo mundo batiza, e por isso, nós vamos batizar também!

Evidentemente este não pode e não deve ser os motivos para Batizarmos os nossos filhos .

Batizamos nossos filhos e afilhados, para que eles recebam o manancial de graças que o Senhor derramada sobre as pessoas, através do Sacramento. Pelo Batismo nossos filhos tornam-se “cristãos”, irmãos de Cristo, membros de sua Igreja e participantes de seu sacerdócio. No momento da “Infusão da Água”, o Espírito Santo desce sobre o batizando, perdoando os seus pecados cometidos até aquele dia (caso do Batismo de Adultos), neutraliza o efeito nefasto do Primeiro Pecado (cometido pelos nossos primeiros Pais) também chamado de Pecado Original, coloca no coração do batizando a semente da Fé que ele deverá ter em Jesus e na Santíssima Trindade (que nos inventou e criou), concedendo as três Virtudes Teologais: Fé, Esperança e Caridade (Amor), além do Caráter Sacramental de “Filho de Deus”.

Por todas essas razões, devemos ter pressa em Batizar os nossos filhos, para que eles recebam estas preciosas graças que o Senhor nos concede através do Sacramento.

Por outro lado, é fácil compreender que o Batismo é um “Sinal”, pelo qual demonstramos querer que os nossos filhos e afilhados, sejam realmente de Deus. Assim sendo, através do Sacramento do Batismo, a humanidade faz uma “Aliança” com o Criador. Ele é o parceiro perfeito, porque sempre cumpre integralmente a sua parte. O Sacramento nos oferece meios e nos predispõe a cumprirmos também a nossa parte, estimulando-nos a assumirmos os deveres e obrigações de cristãos e sermos de fato aqueles “Filhos de Deus”, que o Senhor gostaria que fôssemos.

Esta é a resposta correta que deve ser dada a quem fizer a pergunta: porque Batizamos os nossos filhos?

São João em seu Evangelho, transcreve outras palavras de Jesus: “Eu sou a verdadeira vide e o meu Pai é o agricultor. Todo ramo em Mim que não produz fruto, Ele o corta, e todo o que produz fruto Ele o poda, para que produza mais fruto ainda.” (Jo 15, 1-2)

Os batizados tornam-se “ramos” da imensa videira que é Jesus. Então, temos que ensinar e educar os nossos filhos para que eles dêem frutos na vida, que sejam trabalhadores, responsáveis com seus deveres e obrigações, que pratiquem a justiça e o amor fraterno e não se afastem de Deus, rezando com frequência e participando da Santa Missa. Isto porque, as pessoas que produzem frutos serão “podadas” pelo Criador, ou seja, receberão mais virtudes e dons, para que possam aperfeiçoar ainda mais as suas boas qualidades e poderem produzir ainda mais frutos.

Contudo, aquele “ramo” que não produz fruto, o Criador o “corta”, ou seja, deixa-o entregue a sua própria sorte, até que um dia ele compreenda o seu desacerto e decida buscar um caminho de conversão.

Quando afirmei que o Sacramento do Batismo perdoa todos os pecados cometidos até aquele dia, coloquei em evidência o Batismo de Adultos, porque a criança ainda não cometeu pecado. Todavia, para Batizar um Adulto, é necessário que ele seja preparado convenientemente, conheça a Doutrina e compreenda a Verdade Cristã, a fim de que possa receber o Sacramento e ter plena consciência do valor e utilidade do mesmo.

Desse modo, conforme já mencionamos anteriormente, o Adulto deve ser preparado através de uma catequese eficiente, para receber no mesmo dia o Sacramento do Batismo, depois o Sacramento da Crisma ou Confirmação e logo a seguir, na mesma cerimônia, a Primeira Eucaristia, sem a necessidade de se confessar com um sacerdote, porque sendo Batizado recebe a graça do perdão de todos os seus pecados cometidos.

Poderá também receber qualquer outro Sacramento, se tiver sido preparado para recebê-lo.

Os Sacramentos instituídos por Jesus para a nossa santificação através do Espírito Santo, são sete (7): Batismo, Crisma ou Confirmação, Confissão ou Penitência, Eucaristia ou Sagrada Comunhão, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio ou Casamento.

O Batismo é o primeiro dos Sacramentos da Iniciação Cristã, somente depois de recebê-lo é que as pessoas poderão receber os outros Sacramentos.

O Batismo também neutraliza o efeito nefasto do Pecado Original ou Primeiro Pecado. Mas que Pecado é esse?

Foi o Pecado cometido pelos nossos primeiros pais, Adão e Eva.

Deus criou o universo com tudo o que existe, numa manifestação normal e espontânea de seu infinito e generoso Amor. Ele nunca precisou de nada e de ninguém para completar a sua felicidade, porque Ele sempre foi e é feliz! Criou a humanidade por imensa Bondade, porque quis dividir com suas criaturas, o esplendor, a beleza e o conforto do Paraíso Eterno. Por outro lado, pelo fato do Criador ser Onisciente (sabe de todas as coisas; é conhecedor do presente, do passado e do futuro), quando criou Adão e Eva, sabia que eles seriam tentados pelo maligno e seriam fracos e não resistiriam à tentação. Mesmo assim, agilizou a criação e colocou os nossos primeiros pais no Éden, no Paraíso Terrestre e lhes deu este mandamento: “Podes comer (os frutos) de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás que morrer.” (Gn 2, 16-17)

Entretanto, o demônio sempre a espreita de uma oportunidade para querer interferir no Plano de Deus, sob a forma de uma serpente tentou Eva, dizendo-lhe que ela não ia morrer, que se comesse daquele fruto seria como deuses, conhecedores do bem e do mal. Eva iludida pela tentação fraquejou e aceitou o fruto da árvore proibida comendo um pedaço. Gostou! Ofereceu a Adão que também comeu do fruto. Estava concretizado o Primeiro Pecado, também chamado: Pecado Original. Na realidade, o Pecado Original além de ter sido um Pecado de Desobediência, foi também um Pecado de Soberba, porque Adão e Eva além de desobedecerem à ordem do Criador, enfeitiçados pela tentação diabólica quiseram ser como “deuses”.

E por ter sido uma ofensa direta contra Deus, teve reflexo infinito, porque o Criador é infinito. Assim, todas as gerações que nasceram e continuam nascendo trazem a maldita chancela, o estigma hereditário do Primeiro Pecado ou Pecado Original.

Todavia, como Deus sabia que ia acontecer a tentação e que nossos primeiros pais, apesar de estarem revestidos de graças especiais, acolheriam inocentemente a trama de satanás, projetou enviar o seu próprio Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, para Salvar e Redimir a humanidade por causa do Primeiro Pecado e dos Pecados Subsequentes que foram cometidos.

E assim aconteceu, na plenitude dos tempos, pela ação do Espírito Santo, Jesus nasceu da Virgem Maria entre nós, no meio do povo que Ele veio Salvar e Redimir. E cumpriu maravilhosamente a sua Divina Missão, derramando o seu sagrado e precioso sangue no alto de um madeiro, neutralizando o poder do Pecado Original, Redimindo e Salvando todas as gerações, e consolando o Criador, além de deixar-nos os seus ensinamentos, o seu exemplo maravilhoso de Homem, deixar-nos os Sacramentos para santificar a humanidade e também, deixar-nos Maria sua Mãe, para ser a Mãe Espiritual de todos nós, nossa intercessora e advogada de todas as causas junto de Deus.

Depois da vinda de Jesus as pessoas continuam nascendo e da mesma forma, trazem na alma o estigma do Primeiro Pecado. Mas agora, as pessoas trazem também a graça Redentora que nasceu no Divino Sacrifício do Senhor na Cruz, graça poderosa que neutraliza o poder daquela predisposição para o mal e impede o domínio das más ações oriundas do Pecado Original.

Por outro lado, na cerimônia do Batizado, no momento em que o celebrante derrama Água na cabecinha do batizando, o Divino Espírito Santo coloca no coração do candidato a semente da Fé que ele deve ter em Jesus e na Santíssima Trindade que o inventou e criou.

Todavia, a “Fé” embora sendo uma força invisível e poderosa, ela requer atenção, precisa ser cuidada e alimentada diligentemente, caso contrário irá se enfraquecendo e até desaparecer totalmente.

Mas como cuidar da “Fé”?

Alimentando-a com leituras Bíblicas, com livros sobre a Vida dos Santos, através das Orações diárias, das Santas Missas, jejuns e penitências que forem realizados ao longo da existência, acompanhados de uma dedicada frequência aos Sacramentos.

E também é importante realçar, que o Sacramento do Batismo não depende da “santidade” e nem da “fé” do celebrante que dirige a cerimônia, mas primordialmente da sua “intenção”, em querer Batizar as pessoas (Crianças e Adultos).

A Igreja aceita ainda três tipos especiais de Batismo: Batismo de Emergência, Batismo de Desejo e Batismo de Sangue.

BATISMO DE EMERGÊNCIA – È aquele ministrado durante uma emergência. Para ficar bem explícito, vamos exemplificar:
Imaginemos que o filho de um casal ao nascer, apresentou um problema sério de saúde. Então, os pais vão a procura de um sacerdote ou um diácono para Batizar a criança, porque de acordo com o diagnóstico médico, ela tinha uma pequena chance de viver. Mas os Pais não encontraram ninguém para Batizar o filho. Neste caso, se você estiver presente ao acontecimento, deverá Batizar a criança. O procedimento é simples: os pais escolhem um nome para a criança e da mesma maneira, escolhem os Padrinhos entre as pessoas que ali se encontrarem, ou poderão também escolher como Padrinhos, um Santo ou uma Santa da devoção deles. Com um copo de água filtrada e uma pequena mecha de algodão poderão realizar a cerimônia, molhando o algodão na água e colocando-o de leve na cabeça da criança por três vezes, dizendo a “Forma”: “José ou Maria, eu te Batizo em nome do PAI (coloca o algodão molhado na cabeça da criança), do FILHO (coloca o algodão molhado outra vez) e do ESPÍRITO SANTO" (coloca-o pela terceira vez). A criança está Batizada. Se ela morrer, sua alma vai certinha para os carinhosos braços de Deus.

Entretanto, pode acontecer que ela não morra, porque a Misericórdia do Senhor é muito grande e Ele pode decidir, através daquele Batismo de Emergência, restituir a saúde à criança.

E agora, o que fazer? A criança está Batizada, embora não foi Batizada na Igreja e nem o celebrante foi um sacerdote, ou Diácono ou um Ministro credenciado! Como legalizar esta situação?

Os pais deverão ir a Igreja e contar a ocorrência ao Padre. Ele autorizará que num domingo de Batizados na Igreja, a criança seja submetida à parte Complementar do Batismo (liturgia da palavra, unção com óleo dos catecúmenos, veste branca, vela acesa), para que o nome dela seja inserido no Livro de Registro de Batizados da Paróquia. No futuro, quando a criança tornar-se jovem e necessitar de uma Certidão de Batismo para o Casamento, a Igreja terá condições de fornecê-la.

BATISMO DE DESEJO – Voltando ao exemplo anterior, em que a criança recém nascida estava com um grave problema de saúde, e que os pais procuraram exaustivamente e não encontraram um sacerdote, um diácono ou um ministro credenciado para batizá-la e também, não havia ninguém que soubesse nada a respeito do Batismo de Emergência! Isto resultaria que a criança ia morrer sem ser Batizada.

Nestes casos, a Misericórdia Divina atua em plenitude, porque Deus conhecendo todos os corações, sabe que existiu de fato, o “desejo” e a “intenção” dos pais em Batizar a criança. Eles procuraram exaustivamente um celebrante e não encontraram. Então, pela Bondade incomensurável do Senhor, concretiza-se o “Batismo de Desejo”. A criança morrendo, a sua alma com certeza, irá para o Céu.

BATISMO DE SANGUE – Acontecia com frequência no início do Cristianismo. Naquela época, aqueles que se preparavam para serem Batizados, chamados de Catecúmenos, frequentavam a Comunidade Cristã durante três anos de preparação. Eram adultos que assumiam a responsabilidade Batismal. A partir do ano 64, Nero, um terrível Imperador Romano, querendo conseguir espaço para fazer novas construções grandiosas em Roma e também, para se inspirar e escrever um poema épico, mandou incendiar diversos casarões no centro de Roma. Como existiam muitas casas de madeira, o fogo alastrou-se com violência e destruiu quatro, dos quatorze bairros que a cidade possuía, matando muita gente e deixando milhares de pessoas completamente desprotegidas. Diante da catástrofe, ele se acovardou, ficou apavorado e com medo. Junto com seus comparsas decidiram arranjar um “bode expiatório” para ficar com a culpa do incêndio. Colocaram a culpa nos cristãos. Então, iniciou uma cruel e abominável perseguição prendendo homens, mulheres, velhos, jovens e crianças. Não poupavam ninguém. Iam todos para as prisões romanas. Do cárcere eram levados para o Coliseu Romano e para Circo de Calígula, onde eram estraçalhados na arena pelos leões famintos, também crucificados impiedosamente, enquanto outros amarrados em postes de madeira tinham o corpo impregnado de betumem, eram incendiados, transformando-se em tochas vivas para iluminar a devassidão da corte imperial. Morriam derramando o sangue pela causa de Cristo. Eram verdadeiros “Mártires”! Por isso dizemos que acontecia um “Batismo de Sangue”. Embora fossem catecúmenos, ou seja, ainda não tivessem recebido o Sacramento do Batismo, como derramaram o seu sangue crendo em Deus, foram para o Céu, como verdadeiros “Santos”.

Fonte: https://apostoladosagradoscoracoes.angelfire.com/teosacra.ht

Batismo III

 



Podemos dizer que o Símbolo é a linguagem do mistério, ou seja, a comunicação do mistério. Os Símbolos na Liturgia contém, ocultam, e ao mesmo tempo revelam e comunicam o mistério. Por isso dizemos que na Liturgia todos os Sinais são Sinais Simbólicos, e serão Sinais Litúrgicos na medida em que forem capazes de ocultar, conter, revelar e comunicar os mistérios de Cristo.

O Símbolo Batismal mais importante é a “Água”. 
No início do mundo o Espírito de Deus pairava sobre as águas, das quais emergem a terra e todos os seres vivos. À semelhança do que aconteceu na criação, das águas do Batismo santificadas pelo Espírito Santo emerge uma nova criatura. A Mãe Igreja, pelas águas do Batismo, fecundadas pelo Espírito Santo, dá à luz novos filhos. Jesus fala deste novo nascimento no diálogo com Nicodemos. (Jo 3, 1-13)

A imagem do dilúvio e do Mar Vermelho confere outro significado à água do Batismo: a água destrói, mata, mas ao mesmo tempo é meio de salvação. Como as águas do dilúvio submergiram um mundo pecador, e como as águas do Mar Vermelho afogaram a cavalaria do Faraó que perseguia o povo que fugia da escravidão, assim também as águas batismais destroem o pecado, afogam o inimigo, exterminam e cancela o mal.

A destruição por sua vez é via para a libertação. No dilúvio foram poupados os justos; e das águas do Mar Vermelho saiu um povo livre e em festa. Da mesma forma, das águas do Batismo sai uma pessoa purificada das culpas, libertada da escravidão do pecado e do demônio (terá as tentações do maligno como todas as criaturas, mas não será escravo de satanás).

Assim, a “Água” é apenas um Símbolo, ela não tem a força e nem o poder de purificar o pecado. É o Espírito Santo que nela atua em todos os acontecimentos e no momento do Batismo, Ele, com a força e o poder Divino destrói todo o mal que existe e proporciona a alegria de uma nova vida.

“Sinal da Cruz”.

Após o diálogo introdutório em que os Pais pedem o Batismo para a criança, o sacerdote convida-lhes a traçarem o “Sinal da Cruz” na fronte da criança. Este gesto tem grande significação. Ele quer exprimir o primeiro encontro da criança com a fé em Jesus Cristo e na Salvação pela morte redentora do Senhor na Cruz. Porque foi pela morte Dele que nos reconciliamos com o Pai Eterno e fomos inseridos na amizade da Santíssima Trindade. O Sinal da Cruz relembra esta verdade histórica.

Assim, convidando os Pais a realizarem aquele gesto, o sacerdote está dizendo que a salvação de Deus vem à criança através da fé dos pais, pois eles, pelo Sacramento do Matrimônio, são constituídos mediadores entre Deus e o filho, exercendo a função sacerdotal. Os Pais receberam de Deus pela própria missão criadora e pela graça do Sacramento do Matrimônio, o poder de abençoar os filhos. Por isso, eles são convidados por Deus a adquirirem o costume de abençoarem os seus filhos enquanto pequenos e quando crescidos.

“Anúncio da Palavra de Deus”:

Ela ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembléia, suscitando uma resposta de fé. Como o Batismo significa libertação do pecado e do demônio, durante a celebração o celebrante pronuncia um ou vários exorcismos sobre o candidato.

“Unção com Óleo”.

Há dois ritos de Unção no Batismo. A primeira “Unção” é feita antes da “infusão da água”, durante as preces após a Liturgia da Palavra. É a Unção com óleo chamado dos Catecúmenos. O sacerdote unge o peito da criança, dizendo: “O Cristo Salvador te dê sua força. Que ela penetre em tua vida como este óleo em teu peito”. 
Este rito pode ser substituído por uma imposição das mãos do celebrante, sobre a cabeça da criança, dizendo as palavras: “O Cristo Salvador te dê Sua força”. É uma invocação ao Espírito Santo para que o batizando renuncie ao mal e faça uma boa profissão de fé.

Na parte final do Batizado é feita a segunda “Unção com Óleo da Crisma”. No Antigo Testamento era comum ungir os sacerdotes, reis e profetas. Também Cristo foi ungido pelo Espírito Santo de um modo muito especial. Então esta Unção quer significar que pelo Batismo nos tornamos participantes do poder messiânico de Jesus. E também, conforme a primeira epístola de São Pedro (1 Pedr 2, 9-10) nos tornamos raça eleita com Cristo, reis (rainhas), sacerdotes (sacerdotisas) e profetas (profetisas).

Profetas, porque participantes da salvação em Cristo, que deveremos anunciar a humanidade por palavras e exemplos de vida. Mostrar que Deus é Amor através do verdadeiro amor pessoal. Tornamo-nos sacerdotes. Não possuímos o sacerdócio ministerial com o poder de fazer a Consagração na Santa Missa. Mas nos tornamos participantes do sacerdócio de Jesus, pois participamos do novo povo de Deus na Nova Aliança, sendo assim, parte de um povo sacerdotal capaz de oferecer sacrifícios com Cristo. Isto porque, recebemos nossa vida como precioso dom de Deus e assim, devemos oferecê-la em retribuição, em ação de graças ao Criador. Todo cristão pode e deve, em sua vida, orientar todas as coisas para Deus.

Por fim, pelo Batismo nos tornamos reis, possuidores do Reino de Deus. Com Jesus vencemos a morte e o pecado e podemos participar da própria vida de Deus.

“Veste Branca”.

Entre os gestos complementares do Batismo encontramos a entrega da veste branca. Este gesto tem sua origem no Batismo dos Adultos na Igreja primitiva. Ao chegarem à fonte, antes de descerem à água, as pessoas se despiam de suas vestes e eram ungidas. Após professarem sua fé e serem batizadas na piscina, saíam da água e eram revestidas de uma veste branca, simbolizando uma vida nova, despidos de seus pecados e paixões, tornando-se uma criatura nova em Cristo.

A veste branca ou a veste nova no Batismo quer expressar que pelo Sacramento entramos numa nova vida e esperamos levar esta nova vida até a participação do banquete celestial, onde o Senhor nos quer encontrar com a veste nupcial da amizade de Deus.

“A Vela Acesa”.

É um gesto muito significativo. Na cerimônia do Batizado, o celebrante convida os Pais a acenderem no Círio Pascal a vela da sua criança e ele reza a oração: “Pais e Padrinhos, esta luz vos é entregue para que a alimenteis. Por isso, esforçai-vos para que esta criança caminhe na vida iluminada por Cristo, como filho da luz. Perseverando na fé, possa com todos os santos ir ao encontro do Senhor, quando Ele vier. Recebei a luz de Cristo!”

Pelo Batismo somos iluminados, participamos da Luz que é Cristo. Não mais andamos nas trevas, pois somos filhos de Deus. A vela acesa pode significar também a nossa fé. Ela mantendo-se acesa mostra que não caminhamos nas trevas do inimigo.

Os Pais se tornam responsáveis para que a criança se torne luz para os outros em sua vida.

“Rito do Éfeta”. 

É um rito facultativo, realizado logo após a entrega da vela acesa. É uma palavra aramaica que significa “abre-te”. O Celebrante toca os ouvidos e a boca da criança, dizendo: “O Senhor Jesus que fez os surdos ouvir e os mudos falar, te conceda que possas logo ouvir a sua palavra e professar a fé, para louvor e glória de Deus Pai”.

Pelo Batismo, o Senhor através do Espírito Santo, abre os ouvidos do batizando para que ouça e entenda a Palavra de Deus, solta a sua língua e lhe abre a boca para poder professar a sua fé. Os Pais são os instrumentos desta mensagem, que por sua mediação deverão fazê-la chegar às crianças. Na continuidade, os filhos atingindo o uso da razão poderão dizer: agora eu creio, porque eu mesmo conheço o Senhor Jesus Cristo.

“O Sal”.

Na vida das famílias o Sal tem duas grandes finalidades: “dar sabor” e “conservar” os alimentos. Como Símbolo religioso o Sal significa: “ser o tempero, ser o exemplo” que estimulará os irmãos a caminhar na estrada do direito, da justiça e do amor fraterno; “dando sabor” ao apetite humano, para ter fome da Palavra de Deus.

Todavia, o novo Rito do Batismo de Crianças aboliu o Rito do Sal. A razão principal foi por motivo higiênico.

Como derradeira notícia, no Catecismo da Igreja Católica está escrito: “Jesus mesmo afirma que o Batismo é necessário para a salvação”. Tanto é verdade que Ele ordenou a seus Discípulos que anunciassem o Evangelho e batizassem todas as nações conforme está escrito no Novo Testamento (Mt 28, 18-20)(Mc 16, 15-16) (Lc 24, 46-47). 
A Igreja não conhece outro meio senão o Batismo para garantir êxito aos que querem entrar na bem-aventurança eterna.

Fonte: https://apostoladosagradoscoracoes.angelfire.com/simsina.html